Teorias
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Teorias do jornalismo
Emanoel Francisco Pinto Barreto – UFRN
TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo: porque as notícias são como são. Florianópolis: Insular,
2004. 223p.
“Este livro, destinado ao jovem que sonha ou ambiciona ser membro desta profissão, pretende fornecer uma compreensão teórica do jornalismo”.
Com a clareza de quem está habituado ao exercício do jornalismo, Traquina resume e enuncia a finalidade desta sua obra em dois volumes, da qual será objeto de resenha o primeiro. Como proposta inicial do estudo, Traquina levanta a questão do que seja o jornalismo, sua finalidade e abrangência. Após constatar que o fato relatado hoje por um jornal de alguma maneira é a re-visão de um fato ancestral incorporado às figuras míticas, arquetípicas, do herói, do vilão ou da vítima inocente, afirma que os jornalistas modernos integram a longeva atividade de contar histórias, mesmo que sejam as histórias do cotidiano, cifradas pela forma jornalística de redigir.
As observações acima estão contidas no capítulo 1, O que é jornalismo?, onde o autor enfatiza um dado importante, ao relacionar o exercício do jornalismo com as práticas da democracia, lembrando a costumeira alusão ao jornalismo como um Quarto
Poder, paralelo e socialmente legitimado a se inserir, opinativa e informacionalmente, nas esferas de atuação do Legislativo, Executivo e Judiciário. O livro, tido pelo autor como um manual introdutório, apresenta o jornalismo especialmente a estudantes, mas nem por isso descura de aprofundar apreciações críticas. Não assume uma posição idílica para com a profissão, ao lembrar que o jornalismo pode e é utilizado por agentes sociais para fazer valer seus interesses, muitas vezes de cunho econômico, o que inclui a empresa que produz e comercializa o jornal.
Ao deixar claro que as notícias estão claramente direcionadas para os acontecimentos, não para problemáticas, deixa registrado que o jornal não busca uma visão