Resenha Teatro Tribunal do Crime
A peça “O Tribunal do crime” escrita por Bitelli de Queiroz, e dirigida por Mario Goes aborda a realidade de integrantes do sistema do tráfico de uma comunidade em São Paulo. O conflito se inicia quando o protagonista da estória (chefe do tráfico) assume o papel de juiz para descobrir e então punir o culpado por uma traição, mas com um detalhe: dentro da “justiça”.
Por meio de um espetáculo leve e poético, um cenário modesto e estático, Goes imerge o público em uma reflexão sobre as circunstâncias que a vida apresenta ao ser humano. E faz questionar: mas o que é justiça afinal? Como ser justo? Uma característica marcante desta peça é a simplicidade nos diálogos e a interação com o cenário, que apesar de parco consegue envolver à plateia as reflexões sugeridas por meio da dramaticidade dos personagens.
A estória gira em torno de Geová, um traficante de uma comunidade de São Paulo que vive com Tharsila, que tem como sonho tirar Geová deste universo, porém são surpreendidos com uma grande traição: a polícia vem à comunidade e apreende toda a mercadoria. Após esta grande perda, Geová se vê obrigado a descobrir quem o traiu. Os suspeitos são: Diego, seu funcionário no trafico, Vavá cliente assíduo que sempre está na comunidade comprando drogas e Lucas seu grande amigo de classe média alta.
Para chegar a um veredito, Geová decide fazer um julgamento em sua própria casa com a ajuda de seu braço direito na comunidade, Wellington, também conhecido como “Fiel”. Neste tribunal é julgado muito mais que a traição e sim as escolhas de cada um. Apesar de ser um bandido, Geová, tem seus próprios “princípios morais”, então realiza um julgamento “justo”, com Wellington assumindo a função da acusação, e sua amada Tharsila como a representante da defesa dos réus. A pena é única: a execução.
O primeiro a depor é Diego (vulgo Didi), o principal suspeito por parte do Fiel, pois estava presente no momento em que a polícia apoderou-se da mercadoria, mas