Resenha taxi driver
Carolina Silveira Costa
No filme Taxi Driver encontramos do inicio ao fim uma atmosfera de solidão, onde o diretor utiliza recursos cinematográficos de maneira diferenciada, sempre focados em transparecer as nuances do que Travis Bickle sentia. Martin Scorsese nos passa uma ideia de que os sentimentos do personagem Travis, também são nossos, cada olhar do personagem, cada suspiro é mostrado de tal forma que envolve a pessoa que está assistindo. Porém na trama, estes moods são retratados de uma maneira maximizada.
Assim como a obra de Dostoiévsky, Homem do Subsolo(que inspirou o autor Paul Schrader ao escrever o roteiro) Taxi driver se trata de uma obra existencialista pois tanto o homem do livro quanto Travis estão em crise por compreenderem o quão mesquinho, sujo e marginal é o mundo em que vivem e são personagens de histórias nas quais o leitor da obra entra em contato diretamente com o sentimento gerador da mesma.
O espectador pode notar a presença do livro “Memórias de Subsolo” durante toda a história, desde uma sequência de cenas descontínua, até o repúdio a sociedade alimentando o circulo de ódio em que o personagem vive. Aliás, Travis vai além do homem do subsolo pois não só repudia certos nichos sociais que considera marginais mas não consegue manter contato corporal(ao contrário do personagem de Dostoiésvki que ia a prostibulos, tendo assim um contato físico com estas pessoas).
Além disto, no filme você pode constatar o uso quase abusivo de cores intensas e densas, que conseguem transparecer a característica pesada do sentimento que o personagem alimenta durante toda a narrativa.
Travis se apresenta como um ex-fuzileiro que lutou no Vietnã, porém, não sabemos exatamente da onde veio, não há provas concretas sobre a sua história e conforme as cenas acontecem, a pessoa que está “lendo” o filme entende que qualquer estória que o personagem contar, poderá ser fruto de sua mente que está envolvida na