Memória em triunfo da vontade
Wirlanne Nádia Lima de Carvalho[2]
RESUMO:
Este artigo tem por objetivo analisar as representações de História e as diferentes perspectivas de Memória presentes na obra de Alcir Lenharo, Nazismo: Triunfo da vontade. A obra pontua a importância da imprensa, propaganda e das produções cinematográficas na construção da política e do ideal nazista para a solidificação de uma memória coletiva nacional como forma de organização de uma identidade.
PALAVRAS-CHAVES: Nazismo – Memória – História
Para compreender a tentativa da construção de uma memória coletiva nacional pelas engrenagens do Partido Nazista, é importante perceber como a memória construída pelo grupo deseja se tornar uma memória alemã. Segundo Maurice Halbwachs, toda reação pessoal, meios e circunstâncias sociais interferem na memória, logo, as práticas concebidas pelo grupo nazista tendem a criar uma comunidade afetiva no intuito de estabelecer relações de contato e sentimento de pertencimento a um grupo maior, o grupo de nacionalidade alemão e de ideologia ariana.
Para que o regime contasse com o apoio incondicional das massas, vigiando e punindo os transgressores da ordem e moral nazista, era necessário um anestesiamento coletivo, Lenharo explicita que foi bem mais rentável a utilização de formação de um ideal que fosse compreendido com um bem maior para todos os alemães, que a utilização da força física contra os conterrâneos. O pertencimento age como regedor das práticas sociais: “A ideologia racista oficial era de fato acatada e subassumida, e servia de ponto norteador da conduta individual e coletiva da população.”(LENHARO:1990 p.9)
A utilização da imprensa na compreensão das mudanças nas relações sociais e percepção do indivíduo trazem mudanças importantes para a memória individual e coletiva. A passagem de uma sociedade baseada na transmissão oral para a necessidade da vida em grupo e