Resenha sobre o
(Paris: Gallimard, 2009)
A
Diogo Silva Corrêa1
convite de Axel Honneth, Luc Boltanski proferiu três conferências no Instituto de pesquisa social de Frankfurt, em Novembro de 2008, fazendo uma contribuição ao ciclo de Conferências Adorno. Posteriormente reelaboradas e ampliadas, cada uma foi dividida em duas partes, formando os seis segmentos do seu recém publicado livro De la critique: précis de sociologie de l’émancipation. Desses, pode-se extrair três partes. Uma primeira, dedicada à análise do vínculo existente entre sociologia e crítica; uma segunda que, a partir de uma reflexão acerca das instituições, procura pensar a condição de possibilidade da atividade crítica através do que o autor chama de contradição hermenêutica. Uma terceira, enfim, dedicada a problemas políticos atuais que vão de diferentes modos de dominação (simples ou complexa/gerencial) a um esboço de uma via para a emancipação. Pode-se dizer, de um modo geral, que, a despeito das possíveis críticas em razão de seu estado de esboço, essa obra de Luc Boltanski possui, ao menos, dois méritos indubitáveis. Consagra, em primeiro lugar, a temática da crítica, talvez a única obsessão que tenha verdadeiramente acompanhado toda a sua obra, desde os tempos ao lado de Pierre Bourdieu (1964, 1976) até os seus textos mais recentes escritos na companhia de Laurent Thévenot (1991) e de Eve Chiapello (1999). Em segundo lugar, nessa obra o autor faz, de modo explícito e deliberado, uma espécie de síntese geral de sua própria trajetória, visando à integração de dois momentos de sua démarche intelectual, que são a do sociólogo crítico e a do sociólogo pragmático da crítica. É partindo de uma discussão acerca da relação entre saber sociológico e crítica social que Boltanski inicia o primeiro segmento de seu livro. Ao invés de ficar restrito, como antes fizera, a um apontamento crítico da sociologia de Pierre Bourdieu, ao contrastá-la