Resenha sobre Documentos Sensíveis
No Brasil temos o caso da ditadura, história recente e ainda mal resolvida, tanto pela questão da parcialidade dos documentos(mesmo que autênticos) quanto pela questão da disponibilidade dos mesmos, problema diretamente ligado a Lei da Anistia. Muitos dos documentos produzidos nessa época ainda estão em sigilo. Sem essas fontes se torna impossível analisar e reescrever essa história.
A autora ainda fala sobre estes documentos no contexto da "justiça de transição", que foca a superação do passado da melhor forma possível, uma delas seria a disponibilização desses arquivos, para chegarmos a verdade e, nas palavras da autora, "deixar o passado passar".
Ela mostra o perigo da confusão entre tesouros e miragens, uma vez que nenhum documento diz a verdade, e ressalta a importância do que ele não diz. Os documentos sensíveis especificamente da ditadura não garantem a veracidade dos fatos, portanto, há uma análise do contexto em que foram produzidos e com que propósito, para enfim chegar a imagem mais próxima do passado.
A lei da Anistia não colocou um ponto final nessa história. A autora busca demonstrar como recuperar esse passado e trazer a verdade como cura aos traumas desse período. Para ela a sociedade precisa ter conhecimento desse passado recente para não repetir os erros cometidos no futuro e para mudar esse caminho é preciso conhecer esses episódios, ou seja, disponibilizar esses documentos "sensíveis", que serão usados como fontes, prioritariamente, e, como ela diz em seu artigo, sem considerá-los "nem tesouros, nem miragens".