Resenha sobre "Desenvolvimento como Liberdade", de Amartya Sen
Laura Teixeira Motta, Companhia das Letras, 2000, 7ª reimpressão.
“Injustice anywhere is a threat to justice everywhere” (Martin Luther
King, Jr.)
Amartya Sen é um economista indiano, nascido em 1933, responsável por aproximar a economia da ética, e desenvolver uma nova perspectiva sobre o desenvolvimento econômico focada nas liberdades e realizações dos indivíduos.
Ele trabalha com a ideia de justiça e desigualdade, de maneira diferente da de Rawls (bens primários), e aborda o desenvolvimento econômico com foco diverso dos utilizados e derivados da perspectiva utilitarista, considerando como principal meio e fim do desenvolvimento de uma sociedade a liberdade, o que pode ser mostrado através de encadeamentos, entre os efeitos das liberdades substantivas, a constituição de funcionamentos e do conjunto capacitório, conceitos estes que serão explicados ao longo desta resenha.
A pobreza, assim como o desenvolvimento, não é vista apenas sob a ótica da renda, mas como privações diversas, como nutrição adequada, acesso a serviços básicos de saúde, direitos cívicos, segurança econômica e social, com recursos como seguro desemprego, liberdades econômicas, e a redução da pobreza esta ligada ao acesso aos funcionamentos, sendo os mais básicos o acesso a alimentação, serviços de saúde básicos e educação.
Portanto, o crescimento do PNB é um dos meios de expandir as liberdades, mas ele não é o único determinante.
Devemos considerar também que uso de um determinado nível de renda é influenciado por fatores que não são medidos pelo PNB per capita; há fatores que variam as vantagens reais que se pode obter a partir da renda disponível, como heterogeneidades pessoais (diferentes carências e necessidades, a depender de doenças, idade, gênero), diversidades ecológicas
(circunstâncias do meio que influenciam no bem-estar, como poluição atmosférica, e nos