Resenha Sete Minutos
FAGUNDES, Antônio. Sete Minutos. São Paulo: 2003. 80 min.
Sete Minutos, peça teatral dirigida por Bibi Ferreira, conta a história de uma noite agitada de um teatro, onde o ator principal, o próprio roteirista Antônio Fagundes, interrompe sua apresentação após uma série de incômodos da platéia e se dirige a seu camarim sem nenhuma explicação aos espectadores. As cenas ocorrem em um palco de uma casa de teatro e seu respectivo camarim, e envolvem uma empresária, atores, espectadores e um tenente. Tudo começa com a encenação de uma obra escrita por Shakespeare. Fagundes, com sua máxima concentração, põe pra fora toda sua paixão pelo teatro. Porém, ao mesmo tempo em que encena, ele presta uma minuciosa atenção a cada movimento da platéia: pessoas tossindo, levantando, conversando, bocejando, um senhor com as pernas esticadas no palco e pés descalços mexendo os dedinhos... Até aí tudo era mais ou menos aceitável. Porém chega um momento em que um celular toca em meio a toda essa desconcentração. Fora a gota d’água. A extrema falta de respeito. O ator principal deixa o palco sem nenhuma explicação e se dirige ao camarim. Nessa segunda parte, a obra se revela, com mais momentos cômicos, outros românticos, filosóficos e dramáticos. Empresária e atores entram para convencê-lo a voltar para o palco; três espectadores invadem o camarim e começam a reclamar (inclusive o senhor dos “dedinhos”); a platéia, de fora começa a protestar; um tenente chega para tentar resolver a situação... A discussão principal é sobre a relação Palco-Platéia. E mais do que isso, sobre o amor ao teatro e as diferentes formas de vivenciá-lo. O interessante é que mostra os dois lados dessa relação. Inclusive os diferentes pontos de vista. De um lado, descreve os artistas irritados com diversos fatores: pessoas atrasadas, a platéia desinteressada, e, sobretudo, a falta de capacidade de concentração da maioria dos espectadores. Por outro lado mostra os