Resenha Saneamento Básico
Resenha do curta-metragem Ilha das Flores, Jorge Furtado (1998).
Aluna: Juliana Coutinho dos Santos
O filme traz uma reflexão sobre a desigualdade social que caracteriza nosso país. Para tratar de tal assunto o autor utiliza como ferramenta para o desenvolvimento da reflexão o tomate. O filme faz o percurso que o tomate realiza desde sua plantação, quem o planta, para quem é vendido, quem o compra e para onde vai quando é jogado no lixo. Durante esse percurso é feita a definição sobre o que é o homem – essa definição acontece para entendermos que apesar de sermos japoneses, judeus, brancos, pobres ou ricos todos tem o mesmo tipo biológico, ou melhor, para dizer que somos todos ”animais mamíferos, bípedes, que se distinguem dos outros mamíferos, como a baleia, ou bípedes, como a galinha principalmente por duas características: o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor”. Essa questão do homem é colocada em pauta a todo instante para afirmar que por mais que os homens sejam biologicamente iguais isso não é um sinônimo de condições econômicas similares. Para falar de economia há também a definição do dinheiro e sua origem. No decorrer do filme vemos que o dinheiro é apresentado como uma forma de diferenciação entre os “animais mamíferos, bípedes e de telencéfalo altamente desenvolvido”. A idéia de telencéfalo desenvolvido também é questionada quando vemos a imagem da bomba atômica. A passagem do filme em que o tomate chega ao lixão da Ilha das Flores é algo a ser destacado. Pois traz o porco que é criado na Ilha por alguém que tem dinheiro com o direito de escolher o que comer do lixo a frente dos seres humanos que não tem dinheiro, ou seja, os humanos comem a sobra do porco. O que impressiona ainda mais no filme é o discurso final: “Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” Essa idéia de liberdade é um tanto