Resenha Quem manipula quem
A palavra chave para aqueles que desejam mergulhar nas páginas de “Quem manipula quem?”, livro de Ciro Marcondes Filhos, é o imaginário. Nos 12 artigos que compõe a obra vemos com certa recorrência a indicação do ilusório, da fantasia como matéria viva do social.
Para falar desse social o autor explora várias temáticas, poder, cultura, política e comunicação. Essa abordagem pode até parecer uma “sala de fruta” a olhos desatentos, mas para quem folheia o livro percebe claramente a conexão dos assuntos. O pano de fundo não muda na medida em que se progride a leitura. Ao poucos podemos ver que o imaginário não está sozinho, ele é flexionado a outro conceito o de dominação social.
Em paralelo, os dois núcleos dão relevo à obra de modo a caracterizar a seguinte tese: é por meio da manipulação do imaginário que se estabelece a dominação social. De acordo com o autor essa idéia remete ao modo de estruturação do pensamento que irá determinar as ações dos indivíduos e, portanto, estabelecer as relações sociais.
Para desenvolver as questões sobre cultura e sociedade, na ótica do imaginário e da dominação, Ciro, retoma a idéia de ideologia, para encontrar os modelos de justificação do “modo de pensar capitalista”.
Aqui cabe uma ressalva, a crítica do autor quanto às formas culturais criadas pelo Capitalismo parte de uma concepção pós-marxista, ou seja, ele não admite o modelo clássico de conceitos como: “classe”, “luta de classe”, ou ideologia. Pelo contrário, toma para si a concepção de ideologia, como um “modo de pensar o mundo” e não apenas uma prática política associada à dimensão de classe. Quanto a relação de dominantes e dominados, o autor dissolve a relação mecânica entre “Dominantes/dominados atribuindo ao plano social as relações de poder já vista em Focault.
Adentrando a obra, iremos perpassar por alguns artigos que revelam de maneira mais apropriada o plano geral do livro. Sendo assim foram selecionados