resenha os argonautas da cidadania

Leitura: Os Argonautas da Cidadania: A sociedade civil na globalização, de Liszt Vieira.

Capítulo 1: Em Torno do Conceito de Cidadania

1. Cidadania e sociedade civil No início de sua obra, Liszt Vieira relata as três principais correntes que se preocuparam com os fenômenos relacionados à cidadania, seriam elas: a teoria de Marshall, que trata dos direitos da cidadania, as ideias de Tocqueville/Durkheim relacionadas à cultura cívica e, por fim, a abordagem marxista/gramsciana sobre sociedade civil. O autor, de maneira coerente, aborda um pouco mais essas ideias, mas antes, lembra do conceito geral de cidadania muito abordado: o direito de ter direitos. Para Marshall, em sua teria sociológica, desenvolveu os direitos de primeira geração, que seriam os direitos civis e políticos, e os de segunda geração, que seria os direitos sociais. Já para as teorias durkheimianas, a cidadania não existe, somente, por conta de uma lei, por isso tem em sua virtude cívica outro aspecto capital, assim, há a possibilidade da formação da sociedade civil. As teorias marxistas, por sua vez, defendem a reconstrução da sociedade civil com maior foco nas relações entre Estado, sociedade civil e mercado, sendo entendidas por intermédio das teorias de Marshall, com foto no Estado, das teorias durkheimianas, com foco na virtude cívica da sociedade e, claro, de Gramsi, com foco contra os abusos estatais e de mercado. Portanto, o autor apoia-se em importantes fundamentos para a construção do que é cidadania. O autor continua de maneira sensata sua discussão propondo uma definição mais adequada de cidadania expressa por Janoski: “Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um Estado-nação com certos direitos e obrigações universais em um específico nível de igualdade.” A pertença significa a presença de um indivíduo em um território geográfico, já os termos passivo e ativo representam a capacidade de ter direitos legalmente limitados e a capacidade de exercer influência