APRENDER A LINGUAGEM QUE SE ESCREVE
Equipe pedagógica do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores
Ao lidar com a língua escrita, seja lendo ou escrevendo, toma-se consciência de duas coisas simultaneamente: do mundo e da linguagem. A língua serve exatamente para isso: para o discurso sobre o mundo.
David R. Olson1
Vimos a importância de configurar um contexto de letramento no processo de alfabetização. Agora discutiremos com mais profundidade as questões relacionadas à aprendizagem da linguagem que se escreve.
Vamos prosseguir recuperando os aspectos fundamentais apresentados ao longo desta unidade, voltada para a questão da formação de alunos capazes de produzir textos.
Quando nos referimos a situações de aprendizagem cujo conteúdo é a linguagem que se escreve, estamos falando de situações nas quais os alunos possam não só perceber que o texto escrito tem características particulares, que o diferenciam do texto oral, como também produzir textos usando a linguagem escrita. Mesmo os alunos que ainda não sabem ler nem escrever. Portanto, nosso desafio é pensar em quais seriam as melhores situações para que isso aconteça.
O papel da leitura no desenvolvimento da capacidade de produzir textos
Como podem as crianças desenvolver a idéia de que a linguagem falada e escrita não são a mesma coisa? Só pode haver uma resposta: escutando linguagem escrita lida em voz alta.
Frank Smith22
A leitura tem um papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de produzir textos escritos, pois por meio dela os alunos entram em contato com toda a riqueza e a complexidade da linguagem escrita. É também a leitura que contribui para ampliar a visão de mundo, estimular o desejo de outras leituras, exercitar a fantasia e a imaginação, compreender o funcionamento comunicativo da escrita, compreender a relação entre a fala e a escrita, desenvolver estratégias de leitura, ampliar a familiaridade com os textos, ampliar o repertório textual e de conteúdos