Resenha obvio e obtuso
Para Barthes a fotografia jornalística é estabelecida por um conjunto de técnicas que a produzem, compõe, retocam, entre outros fatores. A mensagem na fotografia é repassada do mesmo aspecto da comunicação/recepção, onde o meio receptor é o leitor do jornal. E conforme diversos fatores como título, legenda, diagramação e, até mesmo, o próprio nome do jornal, acabam por exercer uma grande influência na leitura da mensagem, isso porque são fatores sociológicos que definem o comportamento e atitudes perante a sociedade.
A fotografia não é apenas produto, mas sim objeto de autonomia estrutural, com método particular e análise sociológica, que também acaba por identificar-se com estrutura do texto (título, legenda ou artigo), recebendo então o apoio da linguística. O que define a fotografia é uma mensagem sem código, contínua, como tantas outras reproduções que desenvolvem o próprio conteúdo analógico – cena, objeto e personagem – e o que “suplementa” é o estilo do criador e o significado, estético ou ideológico. A mensagem denotada – próprio analagon – e a mensagem conotada , a maneira como a sociedade oferece a leitura, ode o código do sistema conotado é provavelmente constituído por uma simbologia universal, com retóricas de época e certos estereótipos.
Em todas as estruturas de informação a fotografia é a única a ser exclusivamente constituída por uma mensagem “denotada”, pois garante o sentimento de plenitude, tornando a descrição, ao pé da letra, impossível. Então, pode-se acrescentar a linguística. Para Barthes, o paradoxo fotográfico consistia, então, na coexistência de duas mensagens: uma sem código (sem o análogo fotográfico) e a outra codificada – que seria a arte ou o tratamento, ou a escritura, ou a retórica da fotografia.
A conotação é o sentido segundo a mensagem fotográfica que pode ser elaborada através de diferentes níveis, entre eles escolha, enquadramento, diagramação, entre outros