Resenha medo líquido
O mundo do medo mostrado pelo autor é uma espécie de irrealidade dentro da qual estamos mergulhados, um mundo de aparência absoluta, de ameaças que quase nunca se configuram como reais, mas que são nos mostradas o tempo inteiro, principalmente pela mídia. Um mundo onde tudo pode se desfazer rápido demais talvez por isso o nome líquido seja utilizado. Diante disso, ele expõe o medo como uma forma inconstante. Podemos ter medo de perder o emprego, medo do terrorismo, da exclusão. O homem vive em uma ansiedade constante. O autor descreve as origens comuns das ansiedades nos dias atuais e examina mecanismos que possam deter a influência do medo sobre as nossas vidas.
No primeiro capítulo, Bauman analisa fenômenos da mídia, por exemplo, o fenômeno do Big Brother e o chama de contos morais de nossa época. Mostra como esse e outros realities shows, de uma maneira geral, banalizam o medo e a morte, fazendo deles uma grande simulação; quando não um objeto para estetização, o Big Brother é comparado a uma sessão de psicanálise pública, pois lá todos os medos e angústias dos participantes são expostos à grande massa, ele compara o comportamento da pessoa emparedada aos nossos comportamentos em momentos de dificuldades.
Bauman mostra como o conto moral atua, espalhando medo e esse medo não tem cura, podem até ser reprimido por algum tempo, mas não desaparece, ele ocupa todos os espaços da mente e como diz o autor “transformam o processo de vida num ininterrupto e infinito jogo de esconde-esconde.” O maior dos medos é o medo da morte e nossos contos morais tentam nos proteger contra esse medo. Para Bauman a morte significa que nada acontecerá daqui por diante, ela não possui concorrentes, nada mais pode ser feito, independente do que tenhamos feito para nos preparar ela nos encontra despreparada. O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa experiência com os animais graças ao instinto de