Resenha Margarida 1
No ocidente, as pessoas não apenas tem a impressão de que as possibilidades de encontrar satisfação na vida são infinitas, como também são encorajadas a ser uma espécie de inventoras de si mesmas, nesse tipo de sociedade, o individuo enfrenta um dilema:”Quem sou eu para mim mesmo?”. A resposta para a questão não é simples, por esta razão há uma indústria imensa de conselhos que tenta guiar as pessoas na busca por sua “essência”, com promessas que ajudará você a “ser você mesmo, só que melhor”. Embora as pessoas sejam constantemente lembradas a fazer de si mesmas o que querem, estão na verdade seguindo os ideais da padronização. A ideologia de um mundo sem limites é ela mesma produto do capitalismo tardio e guia incansável de uma sociedade de consumo com ênfase na escolha e na possibilidade sem fim. Pesquisas psicológicas mostram que pessoas expostas a menos escolhas são mais satisfeitas. Quando as pessoas reclamam que há escolhas de mais na sociedade de hoje, e que muitas vezes são forçadas a escolher entre coisas que elas não gostariam, essas reclamações muitas vezes dizem respeito das pessoas que com o que a psicanálise lacaniana chama de “Grande Outro”, ou seja, quando tentamos criar mecanismos pessoais que nos ajudarão a sentir satisfação com nossas escolhas, apenas “escolhendo” um grande outro. Segundo Legendre, a entrada do sujeito