Texto Sobre Marx 3
O capitalismo está a afundar-se na crise, dia após dia. As proclamações de todo e qualquer tipo de governo burguês (de direita como de esquerda), que sonha com uma superação da crise (mais ou menos remota), são mera propaganda para convencer os trabalhadores a aceitarem os sacrifícios, segundo a formulazinha “estar pior hoje para estar melhor amanhã”. A crise, pelo contrário, só piorará, enovelando-se numa espiral de causas e efeitos sempre mais dramáticos, até à queda mundial da economia capitalista, pois não existe solução para ela.
Na sua história o capitalismo já atravessou crises análogas à crise hodierna. A última foi a Grande Depressão dos anos Trinta. Hoje, a chamada política económica de Keynes, ou seja, a intervenção do Estado para defender a economia capitalista, é invocada pela esquerda burguesa, quer pela moderada quer pela “radical”. Na altura da Grande Depressão, esta política económica foi praticada indiferentemente por todos os regimes burgueses, tanto pelos democráticos quanto pelos fascistas e nazis, e não resolveu absolutamente a crise. O que permitiu ao capitalismo voltar ao “crescimento” – objetivo, outrora e hoje, vendido como “bem comum” a burgueses e trabalhadores – foi a Segunda Guerra mundial. Os burgueses sentem nostalgia do “boom económico” dos anos ’50-’60, mas este foi o fruto do sacrifício de 55 milhões de vidas, quase todas de proletários e camponeses. Este é o preço a pagar ao Capital pelo seu “crescimento!”
Até 1929, nenhum “grande” economista ou político burguês previra que o capitalismo precipitaria na crise. Em seguida, no pós-guerra, afirmava-se que o capital já tinha aprendido a governar-se totalmente, sem tremores, através da programação e com os consumos “de massa”. Só o marxismo revolucionário manteve a sua originária previsão científica: as verdadeiras causas da crise, indicadas pelo comunismo no Manifesto de 1848 e no Capital de Marx, são a sobre-produção e a queda da