Resenha Magia e Poder no Império Romano
Apuleio de Madaura é um personagem interessante, um filosofo adepto do médio-platonismo, viveu durante o Principado Romano, século II d.C. Foi acusado de praticar magia, e por isso passou por um longo processo e a partir disso acabou escrevendo a sua autodefesa: Apologia. Semíramis Corsi Silva realiza um trabalho muito interessante ao analisar a magia, um tema realmente polêmico envolto em mistérios. A historiadora entra em um âmbito inusitado que é a análise de uma acusação de magia na antiguidade, que é o caso de Apuleio. A sua análise do processo de Apuleio foi realmente instigante e original, mesclou análises históricas e jurídicas. Apesar da obra ser repetitiva, o que pode ser uma característica boa, ou ruim. A obra parece ser mais voltada para fora do meio acadêmico, tendo uma escrita simples e de fácil compreensão. A historiadora tenta entender os principais motivos da acusação de Apuleio e como era o meio e as relações pessoais do filósofo no decorrer do processo, a partir disso tem-se o entendimento da magia e seu relacionamento com o âmbito público. Como principal fonte historiográfica a autora utiliza a autodefesa Apologia, que segundo a historiadora deve-se ter cuidado ao analisa-la, afinal é o processo sob a perspectiva do autor. A historiadora também se vale de outras obras de Apuleio, como O Deus de Sócrates, Metamorfoses e Flórida. De forma geral os principais aspectos em torno da obra são as relações da magia, filosofia e casamento com o poder e consequentemente com a política. Apuleio também sofreu com as acusações de se aproveitar da riqueza de Pudentila, de enfeitiçar a viúva para poder se casar com ela, de ser um filósofo arrogante e vaidoso, por possuir uma estátua suspeita que acreditavam ser um ídolo sobrenatural, de fazer versos de amor para jovens garotos. No geral foram 12 acusações.
O primeiro