Magia e Poder no Império Romano
No trabalho que temos em mãos e que será resenhado a seguir, Semíramis discorre sobre a acusação de magia sofrida por um homem público – Apuleio – e sua autodefesa, além de analisar aspectos culturais, políticos e sociais do Império Romano no século ll d.C.
Apuleio, provavelmente nascido em Madaura entre 114 e 125 d.C, foi um importante filósofo, orador e sacerdote. Dedicou-se aos estudos das filosofias de Aristóteles e Platão, foi fluente nas duas línguas mais importantes do Império (grego e latim) e, assim como seu pai, ocupou cargos políticos e sacerdotais de grande prestígio.
O início do que nos é pertinente para essa resenha se dá com a realização do casamento de Apuleio com Pudentila, uma viúva bastante rica. Pouco tempo depois da união, a família de seu marido falecido acusa Apuleio de ter praticado magia amorosa para conquistar a viúva e, assim, beneficiar-se de sua boa posição financeira. Porém, Apuleio era um homem economicamente abastado, assim como seus acusadores, o que nos leva a, ao longo do texto, questionar sobre os verdadeiros motivos da acusação.
No intuito de convencer o juiz de que o réu era verdadeiramente um mago, os acusadores apresentaram alguns pontos que serviriam como evidências. São eles: o fato de Apuleio ser um filósofo formoso e eloquente, a fabricação de um creme dental, o fato de ter escrito versos de amor para jovens garotos, o uso de um espelho, a manumitiria de três escravos, a compra de peixes utilizados com finalidades mágicas, a queda de um escravo e de uma mulher atribuída a seus poderes mágicos, a posse de objetos secretos e de uma estátua em formato de esqueleto, a prática de sacrifícios noturnos, um possível casamento por dinheiro e, principalmente, a prática de magia para