Resenha Lolita Vladimir
Muitos distinguem Nabokov como pertencente ao Olimpo da literatura russa, composto por, além dele, Dostoiévski, Tolstói e Tchekhóv. A obra mais conhecida do autor é Lolita, livro já adaptado três vezes para o cinema.
Lolita conta a história do literato Humbert Humbert desde seus primeiros anos de vida, quando tem seus primeiros contatos com uma “ninfeta”, cujo narrador define que são aquelas: “Entre os limites etários dos nove e dos catorze anos ocorrem donzelas que, a certos viajantes enfeitiçados, duas ou muitas vezes mais velhos do que elas, revelam a sua vera natureza, que não é humana, e sim nínfica (isto é, demoníaca)”. Além disso, o narrador responde a questão sobre todas as meninas nesta idade serem ou não ninfetas com um “… Claro que não”. Como se lutando contra a sua própria natureza, Humbert Humbert passa o livro entre censuras próprias e dilemas morais, tentando convencer o leitor que sua preferência por ninfetas difere totalmente do que faria um estuprador, pois, segundo ele, o homem fisgado por uma dessas meninas, sabe se conter, alimentando o seu prazer com meras olhadas e toque involuntários de braços. Mesmo buscando se inocentar perante o leitor, o personagem-narrador demonstra sua luta contra o que é ao procurar uma mulher adulta para casar; porém acabando por não dar certo. É então que ele vai embora para os EUA. Procura uma casa; e, ao achar uma, enquanto lhe é mostrada pela dona do lugar, Humbert Humbert se depara com Lolita, com doze anos de idade, fazendo com que acabe a sua relutância em morar ali e se inicie a sua paixão, que ocupará boa parte do livro.
“Oh, Lolita, és a minha pequena, como Vee o foi de Poe e Bea de Dante, e que rapariguinha não gostaria de fazer rodopiar uma saia farta, mostrando as calcinhas?”.
O flerte literário da