Resenha livro são paulo - raquel rolnik
O livro de Raquel se organiza de forma cronológica trazendo em cada capítulo momentos decisivos da história da cidade. O percurso que vai desde a implantação da vila em um sítio original, abordando até os dilemas da São Paulo contemporânea, fazendo até um breve exercício de futurologia apresentando como as teorias sobre a cidade contemporânea desenham cenários para a São Paulo do novo milênio.
A Vila São Paulo foi fundada em 1554 por padres jesuítas que subiram a serra do mar afim de buscar local seguro para se instalar e catequizar os índios. No planalto fundaram um colégio sobre uma de suas colinas que ficava próxima aos rios Tamanduateí e Anhangabaú. Até o início do século 19 São Paulo era predominantemente habitada pela mistura de portugueses e índios A posição econômica da cidade se transformou totalmente com a expansão do cultivo do café que foi introduzida inicialmente no vale do Paraíba, por volta de 1850 passando a ocupar posteriormente o oeste paulista. A cultura cafeeira transformou a cidade, assim, para atender a expansão econômica seus vales foram sendo atravessados por ferrovias.
Devido o fato de a cidade estar rapidamente acumulando capitais ela passou a atrair um intenso fluxo migratório europeu, na virada do século já contava com uma população de 250 mil habitantes dos quais 150 mil era estrangeiros. Nesse momento a cidade viveu seu primeiro surto industrial, baseado principalmente nas indústrias têxteis e alimentícias, que ocupavam as várzeas por onde passavam as ferrovias, construindo as grandes regiões operárias de São Paulo: as orlas ferroviárias no leste, oeste e sudeste. Contudo esse momento correspondeu também ao primeiro grande surto de “urbanidade” na cidade, quando se implantaram os serviços de água encanada, e transporte por bondes elétricos, a iluminação pública, pavimentação das vias... Ao mesmo tempo que a concentração de investimentos em “melhoramentos” e a