Resenha - Karl Popper - A Lógica da Pesquisa Científica
O autor inicia sua obra contestando os chamados “métodos indutivos”, segundo os quais a lógica da pesquisa científica seria a Lógica Indutiva, ou seja, a análise lógica de métodos indutivos. Segundo o autor, essa linha de pensamento busca através de experimentos empíricos transformar enunciados singulares em enunciados universais. Sobre tal método ele afirma que por mais numerosos que sejam os enunciados singulares não se pode inferir enunciados universais a partir deles, e qualquer conclusão que se chegue dessa maneira pode revelar-se falsa.
O autor aborda então o problema da indução. Tal problema seria “a indagação acerca da validade dos enunciados universais que encontrem base na experiência, tais como as hipóteses e os sistemas teóricos das ciências empíricas.” (p. 28). A descrição de uma experiência, resultado de um experimento ou observação, não pode todavia ser um enunciado universal, sendo, sempre, um enunciado singular. Dessa maneira, a verdade de um enunciado universal se resume à enunciados singulares os quais sabe-se, por experiência, serem verdadeiros. Sendo assim, o enunciado universal baseado em inferência indutiva. Para estabelecer um meio de se justificar tais inferência indutivas, torna-se necessária a determinação de um princípio de indução, que seria um enunciado capaz de ordenar as inferências indutivas de maneira logicamente aceitável. Para exercer tal função, esse princípio de indução deve ser um enunciado sintético cuja negação não se mostre contraditória mas seja logicamente possível.
O autor critica os que defendem tal princípios destrinchando, um a um, seus argumentos. Segundo ele, defensores da lógica indutiva como Reichenbach, dizem que tal princípio seria aceito pela totalidade da ciência e dessa maneira seria inquestionável. A tal afirmação, Popper responde dizendo que toda a ciência poderia