Resenha Ivani Fazenda
A primeira parte escrita por Magda Soares instiga-nos a refletir sobre o “não-convencional” e o “convencional” na pesquisa em educação.
A autora faz um breve relato histórico do caminho da pesquisa para o surgimento da “não- convencionalidade”, relacionado-a com os movimentos políticos e com as idéias ao longo do tempo, nas ciências sociais e na educação. Nesse sentido, uma nova forma de olhar e interpretar a educação e o ensino surge para investigar os fenômenos.
Não cabe comparação, juízos de valor, um ponto que separe uma da outra, convencional e não-convencional podem existir numa mesma pesquisa, há um “continuum” que se alcança a “não-neutralidade valorizada”, o reconhecimento do “eu” como objeto de pesquisa que busca na parceria com o outro compor o “nós” para construir o conhecimento, a História.
Presentes em sua trajetória de pesquisadora, pesquisas convencionais e não-convencionais, que resgatadas pela memória revelaram não apenas a sua trajetória, mas a de toda uma geração, a história de todos.
A segunda parte do texto, escrita por Ivani Fazenda, remete-nos a uma reflexão sobre a questão de como trabalhar em pesquisa, exprimir-se através do outro, em teses “colchas de retalhos” ou por nós mesmos, em uma relação dialógica com o referencial teórico condizente, o que possibilita-nos alcançar uma profunda transformação, a totalidade.
A escrita que revela e que oculta as questões da interdisciplinaridade, e que pelo processo de releitura, de “rever as coisas velhas e nelas encontrar e recriar o novo”, é que se dá a descoberta. Descobrir que não há o isolacionismo, mas a parceria com teóricos, com os pares e com os alunos na escrita, descobrir a importância do registro coletivo e da memória; descobrir o prazer no ato de pesquisar e de escrever sua própria experiência.
Este livro convida o leitor/pesquisador a percorrer caminhos