José de Alencar (1829-1877) foi um grande romancista, dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro e um dos maiores representantes da corrente literária indianista. Destacou-se na carreira literária com a publicação dos romance "O Guarani", "ubirajara" e "Iracema" em forma de folhetim, no Diário do Rio de Janeiro, onde alcançou enorme sucesso. Podemos considerar o autor como o precursor do romantismo no Brasil dentro das quatro características: indianista, psicológico, regional e histórico. Ele utilizou como tema o índio e o sertão do Brasil e, ao contrário de outros romancistas de sua época que escreviam com se vivessem em Portugal, Alencar valorizava a língua falada no Brasil. O romancista escreveu suas obras no período romântico, que no Brasil foi dividida em três gerações: primeira geração exaltavam os valores nacionais e o indianismo; segunda geração marcada pela exacerbação do sentimento amoroso, sentimentalismo, introspecção e subjetividade; e o por último a terceira geração, caracterizada pela defesa de ideais, linguagem grandiloquente, carregada de hipérboles, onde seu principal enfoque é a luta contra a escravidão. O livro composto por 33 capítulos e narrado principalmente em terceira pessoa, conta o desenrolar da história de amor entre Martim, colonizador português do ceará, e Iracema, bela índia da tribo tabajara, filha do pajé Araquém. A narração se inicia com Martim indo à caça com seu amigo Poti, guerreiro da tribo pitiguara inimiga dos tabajaras, e perde-se nas matas a adentrar no território rival. Inesperadamente encontra Iracema, que o acolhe e o leva à cabana do pai dela, onde é bem tratado e recebido. Por essas razões, resolve aguardar a volta de Caubi, irmão da jovem, para levá-lo a salvas aos domínios pitiguara. Porém, a manceba apaixona-se por Martim, fato que é tomado como traição, pois ela não poderia relacionar-se com nenhum homem, já que guardava o segredo da jurema como virgem sacerdotisa de Tupã. Com isso, os jovens