Resenha de iracema
ALENCAR, José de. Iracema. (Col. Travessias). São Paulo. SP: Editora Moderna, 1993.
Publicado no ano 1865, o romance romântico “Iracema”, segundo livro da linha indianista de José de Alencar, foi muito bem aceito e elogiado por Machado de Assis em artigo publicado em um dos principais jornais da época, “O Diário do Rio de Janeiro”. Ainda hoje, a narrativa, uma das mais lembradas da prosa do autor, é reconhecida por seu valor artístico.
O escritor José Martiniano de Alencar, patrono da cadeira número vinte três da ABL (Academia Brasileira de Letras), nasceu em Messejana, no Estado do Ceará, no dia 01 de maio de 1829. Apesar de ter desempenhado várias atividades no decorrer de sua vida, como o direito, o jornalismo e a política, José de Alencar gravou seu nome entre os maiores escritores da literatura brasileira. Em sua prosa, ele abraçou o projeto romântico e, por meio das vertentes indianista, regionalista e urbana, revelou várias faces da sociedade da época.
O belo e comovente romance “Iracema”, certamente um dos mais emblemáticos da primeira geração do Romantismo, traz a história de amor entre Martim, colonizador português do Ceará, e Iracema, bela índia da tribo tabajara. A narração se inicia com Martim indo à caça com seu amigo Poti, guerreiro da tribo pitiguara inimiga dos tabajaras, e se perdendo nas matas ao adentrar no território rival. Inesperadamente, ele encontra Iracema, que o acolhe e o leva à cabana do pai dela. No desenrolar da história, a jovem se apaixona por Martim, o que é tomado como traição, pois ela não poderia se relacionar com nenhum homem, já que era sacerdotisa virgem de Tupã. Para tentar viver o amor proibido, os jovens preferem fugir. Em decorrência disso, Irapuã, chefe da tribo tabajara, decide se vingar do europeu e trava uma guerra com a tribo rival. O bravo guerreiro, no entanto, não contava com a derrota de sua tribo. A partir daí, a trama se encaminha para o seu final trágico. Além de ter