Resenha: Identidade étnica, identificação e manipulação
Segundo Oliveira, o contato interétnico é um dos fenômenos mais comuns na atualidade, pois parte de relações entre indivíduos e grupos distintos. Esse contato (entre nacionais, transnacionais, raciais ou culturais) foi propiciado com o advento da globalização, diminuindo e expandindo, ao mesmo tempo, o mundo atual.
O conceito de grupo étnico surge como um “tipo de organização social” com características de autoatribuição e atribuição por outros com propósitos de interação com relação direta à identidade étnica, ou seja, um grupo étnico agrega uma população que partilha uma cultura comum.
Por toda história os indivíduos e os grupos étnicos têm sido classificados a partir de seus traços culturais particulares visíveis. Hoje, as classificações se dão a partir dos traços culturais relacionados ao conjunto de traços culturais. Desse modo, essa nova definição designa uma população que vem se perpetuar por meios biológicos; compartilha valores culturais, compõe um campo de comunicação e interação e tem um grupo de membros identificado por outros como constituinte distinto de outros da mesma ordem.
É importante ressaltar que é no coletivo ou no social que a identidade se sobrepõe, enquanto que à expressão étnica, os mecanismos de identificação são fundamentais, porque eles refletem a identidade em um processo assumido por indivíduos ou grupos em situações distintas e concretas. Assim sendo, a identidade étnica consta como um meio de diferenciação entre o indivíduo e/ou um grupo que se confrontam e se afirmam, negando ou aceitando a outra identidade, em situações que em que acontecem dominação e sujeição do indivíduo ao grupo étnico pertencente.
Na sequência, o autor revela que a identidade contrastiva e o sistema de referência ideológico são formas de atualizar a identidade étnica, como acontece, por exemplo, com os grupos indígenas