Resenha Historiadores e História Oral de Paul Thompson
Josielison Ferdinei da Costa Ribeiro1
Maria Raimunda Martins2
Paul Thompson nos apresenta em sua obra uma relação dos historiadores com a história oral. Ele diz logo de início que a história oral é tão antiga quanto o próprio termo história. De fato é, visto que as primeiras civilizações não possuíam escrita, seus ensinos eram feitos através de gestos e posteriormente através de narrativas passadas de pai para filho. Tradição esta que durou por muito tempo, e por que não até hoje? Povos isolados da África que não possuem escrita ainda se beneficiam desta forma de ensino.
Mas voltando a nossa análise textual, Thompson diz que mesmo a história oral sendo a primeira espécie de história, o historiador deixou de usar essa fonte como uma de suas marcas. Foi somente com o historiador profissional francês Jules Michelet, em meados do século XIX, em sua obra História da Revolução Francesa (1847-53), que tinha por certo que os documentos escritos deveriam ser mais uma entre tantas outras fontes, como por exemplo, a história oral. Não foi por acaso essa intenção, pois o próprio Michelet colheu durante algum tempo evidências orais para contrabalancear as evidências documentais oficiais com o julgamento político da tradição oral popular.
O texto também relata que Michelet tinha uma habilidade para escutar e puxar pela língua de um informante, além de ter ideias claras sobre onde procurar informações mais ou menos confiáveis. Posso dizer em minha modesta compreensão que essas habilidades todos os historiadores devem ter, independente de serem adeptos ou não da história oral.
Mas como mencionei logo de início, me baseando no texto, vamos ver o porquê a história oral nesse período em menos de um século perdeu crédito entre os historiadores. Thompson diz que uma das razões logo se evidencia quando examinamos o campo de ação da tradição oral nas sociedades