Bloch, Marc - Apologia da História
BLOCH, Marc - Apologia da História, 2002
- Em primeiro lugar, a história não seria mais entendida como uma "ciência dopassado" uma vez que, segundo Bloch, "passado não é objeto de ciência". Aocontrário, era no jogo entre a importância do presente para a compreensão dopassado e vice-versa que a partida era, de fato, jogada. Nessa formulação pretensamentesimples estava exposto o "método regressivo": temas do presente condicioname delimitam o retorno, possível, ao passado. Tal qual um "dom das fadas" ahistória faria com que o passado retornasse, porém não de maneira intocada e"pura". Por isso mesmo, Bloch preferia trocar os termos da equação e provocardizendo que, assim como a história não era a ciência do passado, também não poderia ser definida como uma "ciência do homem".Entre tantos "nãos" sobrava, porém, espaço para a conclusão: a história seriatalvez a "ciência dos homens, ou melhor, dos homens no tempo".P07
- Émile Durkheim, declaradamente sua maior influência.Foi a partir da análise da obra do sociólogo e da revista AnnéeSociologiquequeBloch reconheceu a importância da interdisciplinaridade e de revestir a prática dahistória de questões de fôlego mais amplo e afeitas a durações mais longas. P08
- "Nova História". Nos primeiros números — e apesar do predomíniode artigos de historiadores econômicos — ficavam expressas as prerrogativasdo grupo: o combate a uma história narrativa e do acontecimento, a exaltação deuma "historiografia do problema" a importância de uma produção voltada paratodas as atividades humanas e não só à dimensão política e, por fim, a necessáriacolaboração interdisciplinar. P10
- Segundo LucienFebvre, a "história era filha de seu tempo", o que já demonstrava aintenção do grupo (Annales) de problematizar o próprio "fazer histórico" e sua capacidadede observar. Cada época elenca novos temas que, no fundo, falam mais de suaspróprias inquietações e convicções do que de tempos