Resenha Gigi
Mary Mayara da Conceição Tavares
Com relação à autora, esta fez sua vida acadêmica na universidade de São Paulo, e hoje é professora titular de história moderna da mesma instituição. Sua área de atuação é em história moderna da Europa e história do Brasil colonial. Dentro de sua linha de pesquisa se encontra a “feitiçaria e práticas mágicas no mundo luso-brasileiro”.
Além da obra utilizada neste trabalho, Mello e Souza escreveu também “Inferno atlântico: demonologia e colonização” (1993), “Feitiçaria na Europa moderna” (1995); além de capítulos em livros como “Do sacramento a minas: a trajetória enigmática de Sebastião da Veiga Cabral – 1699-1720” (2008), O mundo Mágico de Maria Padilha (2009); e artigos como “Feitiços e bruxarias no Brasil colonial” (1889), “Entre Dieu et Le Diabe” (1989), “The devil in brazilian history” (1990). Toda esta vasta bibliografia está pautada dentro da documentação dos arquivos da inquisição portuguesa.
“Apresentado originalmente como tese de doutorado em História Social na Universidade de São Paulo, cujo título foi Sabás e calundus: feitiçaria, práticas mágicas e religiosidade popular no Brasil Colonial, publicado em 1986 e relançado em 2009, o ensaio é uma relevante contribuição aos estudos sobre religiosidade popular. Pioneiro nesses estudos, o trabalho de Souza é, também, uma importante leitura do registro, do real ao imaginário, da magia, das crendices, superstições, medicina alternativa e comportamentos suspeitos, aos olhos da Inquisição, que eram praticados na colônia portuguesa”¹.
O Brasil colônia teria nos jesuítas os primeiros organizadores do seu catolicismo. A instituição do Padroado, anterior à descoberta, fazia da Coroa portuguesa o patrono das missões católicas e instituições eclesiásticas na África, Ásia e, depois, no Brasil. O concílio de Treto