Resenha filosofia da caixa preta
As imagens buscam representar algo, que vem do esforço de abstrais duas das quatro dimensões espaço-temporais; essa chamada abstração é o que se nomeia imaginação, uma vez que imaginação é a capacidade de fazer e decifrar as imagens. No entanto, para aprofundar os significados e as dimensões da abstração é preciso permitir-se “entrar” nas superfícies das imagens, que tende a mostrar elementos jamais vistos.
Como cita Flusser: “Não que as imagens eternalizem eventos; elas substituem eventos por cenas.” (p. 23), compreende-se então que as imagens têm como propósito representar o mundo, fazendo mediações entre o homem e o mundo.
A imagem técnica trás outro conceito que vem da imagem produzida por aparelhos, fugindo assim das imagens tradicionais. Sendo elas consideradas imagens geradas de forma automática sobre sua superfície, como se fossem impressões digitais em que o significado (o dedo) é a causa e a imagem (o impresso) é o efeito. O encanto mágico que procede das imagens técnicas é evidente a todo o momento, uma vez que vivemos, conhecemos, valorizamos e agimos cada vez mais em função de tais imagens. As imagens técnicas são produzidas por aparelhos fotográficos que podem servir de modelo para todos os aparelhos característicos da atualidade.
O aparelho fotográfico parece ser instrumento, sua intenção é produzir fotografias, sendo que há dois tipos de objetos culturais: os que são para serem consumidos (bens de consumo) e os que são para produzirem bens de consumo (instrumentos).
Fotógrafos “não trabalham”, agem. Este traço fotográfico sempre existiu, pois o fotógrafo produz símbolos, os manipula e os armazena. Contudo, isso não é considerado trabalho e sim uma tarefa exercida por aparelhos. As fotografias são realizações de algumas das potencialidades inscritas no aparelho. O fotógrafo age em prol do esgotamento do programa e da realização do universo fotográfico, ou seja, por mais que o aparelho esteja ali disponível, as