Resenha: Espaços Privados
No século XIX foi uma época de muito desprezo da classe dominante com os proletários. Em Paris, os abastados, quando aceitavam um suborno, erguiam uma barreira entre a burguesia e o povo, mesmo acreditando na mobilidade social, tinha a consciência tranquila, pois viam os representantes de meios populares como inferiores.
Em 1908-1910 o industrial e o operário cresceram juntos, porem tinha uma considerável diferença. Surgiram dúvidas na época se as duas classes poderiam um dia habitar no mesmo edifício. A resposta veio ao longo de século XX, os desenhistas usavam com frequência esse tema, usando a teoria o demônio Asmodeu, que Lesage inventa para Le diable boitux. Que quanto mais sobe, mais conforto teria..
Aos poucos em cada cidad será possível distinguir setores inteiros com ruas “bem habitadas”, em um lugar onde nenhum membro de classe superior colocará os pés.
No início do século XX, enquanto as casas não poderiam ultrapassar os vinte metros – para sete andares, as sacadas serão autorizadas até 1,20 metros nas vias com mais de dez metros, isso permitiu o desenvolvimento de bow-windows.
Por volta de 1900, as arborescências do art nouveau, tratarão de uma nota insólita nessa paisagem antiga e medieval, mas construções assim não serão exceções em nossas cidades.
O interior de cada apartamento oferece uma racionalidade, que por muito tempo não será igualada. Compreende obrigatoriamente um espaço público de um espaço privado para intimidade familiar e espaços de rejeição. No século XIX não se encontra nenhuma referência explicita a um espaço próprio para crianças nos tratados de Arquitetura. Em Paris, a fossa obrigatória vai sendo respeitada aos poucos, após o decreto imperial de 1809, mas na província as praticas medievais são mantidas. No Antigo Regime, a Ascenção social acaba sempre por caracterizar-se pela propriedade de uma mansão. Submetidas à mesma racionalização dos prédios, as mansões particulares do século XIX