RESENHA - RELAÇÃO ENTRE POLICIAMENTO PÚBLICO E PRIVADO
SHEARING, C.D. “A relação entre policiamento público e privado”. In: TONRY,
M. & MORRIS, N. (orgs.), Policiamento Moderno. São Paulo: Ed. USP, 2001 (cap.
7).
Cliford D. Shearing estruturou sua argumentação sobre a relação entre policiamento público e privado sistemática e logicamente em quatro seções no artigo de título em epígrafe, a saber: Seção I tratando de forma sucinta do policiamento no Estado centralizado e demonstrando como o uso da força se tornou monopólio dos Estados. A
Seção II examina as origens do policiamento privado; enquanto a III explora uma perspectiva pluralista (policiamento público e policiamento privado consensual), por fim a Seção IV traz as conclusões do autor.
Ao separar em seções policiamento público e privado e ao juntá-los em outra para argumentar sobre o pluralismo o autor faz uma ressalva: “As conclusões são dadas na Seção IV. Elas sugerem cuidado, em relação aos efeitos obscuros da distinção entre policiamento público e privado na era ‘pós-moderna’”.
Para entender como o policiamento ganhou contornos de monopólio do uso da força exclusivo do Estado acredito ser esclarecedor o seguinte trecho
Entender o policiamento como legítimo em sua manifestação pública e como perigoso em sua manifestação privada promoveu uma política que concebe o policiamento como sendo um monopólio estadual [...] Essa visão como policiamento público era compartilhada por pesquisadores nas duas pontas do leque político. Apesar de várias discordâncias de natureza política, eles concordavam que o policiamento moderno significava policiamento pelo
Estado e isto, por sua vez, significava – e devia significar – o uso da força pelo Estado para preservar a paz (Bittnner, 1970). Assim, enquanto acadêmicos marxistas faziam críticas às alegações de que o Estado usava
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*Especializando em Gestão em Segurança Pública Pela Universidade de