resenha ensaio sobre a cegueira
A apresentação de negros em espaços de delinquência acaba por auxiliar na manutenção da hierarquização racial presente na sociedade brasileira: é “normal” encontramos negros nessas reportagens. Enquanto pessoas pertencentes a grupos étnicos dominantes são consideradas inocentes “até que se prove o contrário”, o negro é apontado como o principal acusado. Essa situação é gerada em razão do estereótipo negativo do negro, corrente na sociedade real: os negros são ladrões, desonestos, sujos, subalternos e inferiores ao branco (comprova-se este fato pela frequente utilização de expressões e ditos populares como serviço de preto; preto de alma branca; ele é negro, mas é muito bonzinho; a coisa tá preta, etc.). As fotografias indicam uma invisibilidade do negro em seções dos jornais relacionadas a posições de poder, como as de Economia, Política e colunas sociais, o que nós interpretamos, entre outras coisas, como parte da hierarquização racial brasileira que considera os traços negros de baixo status para ocuparem essas seções.
Os negros aparecem menos do que a percentagem