Ensaio sobre cegueira Resenha
CURSO DE DIREITO
ROGER ARAUJO
RESENHA
ENSAIO SOBRE CEGUEIRA
CARIACICA
2011
O filme começa com a cegueira inesperada de um homem ao estar parado no semáforo vermelho. A luz verde acende, o carro continua parado e os carros que estão atrás dele começam a buzinar e começa o tumulto que estar por vir. Em pânico o homem dentro do carro, começa a gritar que está cego e ninguém entende o que está acontecendo. Engarrafamento, xingamento, curiosidade e pena foram somente algumas das reações à inexplicável cegueira daquele indivíduo. Neste ponto, Saramago apresenta o que a gente vai percebendo aos poucos e confirma no final do livro: as reações do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono.
O cego no sinal recebe ajuda de outro homem, que o leva em casa e rouba o seu carro. Porem o ladrão não tem tempo de desfrutar da nova aquisição, pois a cegueira o atinge. O médico que atende o cego, também cega, do mesmo modo que cegam todos os seus pacientes presentes na sala de espera no momento em que o primeiro cego chega. E uma cadeia consecutiva de cegueira vai se formando uma cegueira diferente, uma cegueira branca. O Estado não demora em perceber que se trata de uma epidemia e toma providências, porém, sendo formado por seres humanos, logo extingue. O mundo dos cegos está criado e também a luta pela sobrevivência. Certa quantidade de cegos, inicialmente isolados pela doença, consegue se organizar, e assim, o poder, a obediência, a ganância, o carinho, o desejo, a vergonha e outras peculiaridades do ser humano vão se destacando. Os personagens não têm nomes e o sentimento, a ação e atitude de cada individuo passa a ser sua identidade. Este mundo não distingue os animais, pois os racionais passam a se guiarem mais pelo instinto. O mundo tende a extinção. De modo feliz, tão de repente como veio, a cegueira ela se vai, restando à contemplação.