Resenha do Texto sobre Ramòn Gutiérrez
O uso do patrimônio construído
O autor do texto ‘Direito à memória’ (escrito em 1992), Ramòn Gutiérrez, é historiador formado pela Universidade de Wisconsin-Madison, e, atualmente leciona na Universidade de Chicago. No texto já citado o autor inicia sua discussão apontando as transformações que aconteceram no âmbito do crescimento da consciência de preservação, resgate patrimonial, não por parte das políticas públicas, mas do amadurecimento de um conjunto de pessoas, técnicos e comunidade. Aliada a esta questão, aconteceu também o redimensionamento do conceito de patrimônio histórico que passou a ser compreendido como patrimônio cultural. Esta mudança conceitual trouxe, por sua vez, alterações nas legislações de proteção patrimonial, como também promoveu o alargamento da noção de patrimônio que deixou de ser uma arte isolada e começou a ser pensado como componente de um conjunto em que articulam a questão física, cultural e social. Todavia, devido a essas transformações ocorreu a alteração da metodologia e problemática no que concerne ao tratamento a ser dado ao patrimônio cultural. Na América Latina, segundo o autor, ampliou-se a escala de noção patrimonial, mas esta não veio acompanhada de investimentos na mesma proporção, sendo os recursos para recuperação e preservação insuficientes. Então, como utilizar de forma racional o patrimônio de modo a também preservá-lo? Nos pergunta, em outras palavras, Gutiérrez. De acordo com sua concepção, o modelo de utilização patrimonial implantado em países europeus é impossível de ser transferido para a América Latina devido aos problemas de recursos e, pelas demandas neste espaço geográfico serem outras, como a da habitação, por exemplo. Seguindo suas reflexões, Gutiérrez aponta que, como a escassez de recursos é evidente ao se tratar da questão do patrimônio, é preciso que a dimensão do patrimônio cultural projete-se na perspectiva de seu