Resenha do texto: “comunicação, público e multidão em gabriel tarde"
Marco Antônio Antunes faz uma análise profunda da comunicação na sociedade com base, principalmente, em Gabriel Tarde. Logo no início, ele traz a história dos públicos, dando base para entender o surgimento deste termo e as mudanças que ele sofreu com o passar o tempo. Vemos que a definição de “público” – surgida no século XVI com o desenvolvimento da tipografia – era bastante influenciada pelo modo de vida das sociedades da época. Um espaço público remete a um local que proporciona o acesso; à idéia de bem comum. Enquanto um público está ligado a questões de interesse geral.
Entrando na questão da variação destes conceitos de acordo com a realidade de cada época, o autor conta que na Idade Média, senhorial e público eram sinônimos, e que publicar significava requisitar para o Senhor. Com a difusão do Iluminismo, o termo público passou a significar a existência de um espaço de discussão crítica. Durante o Absolutismo o rei era considerado pessoa pública, era um unificador dos diferentes membros da sociedade. Nos séculos XVII e XVIII o termo público passou a designar o Estado e também uma entidade com existência objetiva que exercia sua vigilância sobre a pessoa que governa.
Blumer propõe que o termo público se utilize para se referir a um grupo de gente que: a) está confrontado por um assunto; b) se encontra dividido na sua idéia de como perspectivar o assunto; c) aborda discussões desse assunto.
Nos séculos XIX e XX os comportamentos coletivos que mais afetaram a vida social – como multidões espontâneas, greves, atitudes de massa e distúrbios – foram particularmente debatidos pela imprensa que pretendia regular e orientar o comportamento dos públicos, multidões e massas.
Para Park, o público encontra-se num estágio de oposição e discurso racional entre agentes críticos, sugerindo a capacidade de pensar com os outros. A multidão está imersa na experiência emocional, requerendo a