RESENHA DO LIVRO " VENDO VOZES"
O livro “Vendo Vozes” de Oliver Sacks, relata sua descoberta sobre o mundo dos surdos, a língua de sinais estabelecida como uma língua estruturada e não uma série de gestos como se pensava antigamente, a importância e sua utilização, a exclusão e inclusão do sujeito surdo na sociedade e de que forma ao longo dos anos as mudanças ocorreram gerando o desenvolvimento ou não desse sujeito surdo
“Minhas viagens ao mesmo tempo me fascinaram e consternaram. Fiquei desalentado ao descobrir que muitos surdos nunca adquirem as habilidades de uma boa linguagem ou pensamento e que uma vida desventurada pode estar à espera deles.” (pág. 10).
O autor descreve os vários tipos de surdez, mas se detém em falar da surdez congênita e sua história e do isolamento que esse sujeito sofrerá por ser privado de uma língua.
“uma das calamidades mais terríveis, porque é apenas por meio da língua que nos comunicamos livremente com nossos semelhantes, adquirimos e compartilhamos informações”
(pág. 22)
A situação das pessoas com surdez pré-linguística antes de 1750 era de fato uma calamidade: incapazes de desenvolver a fala, e portanto “mudos”, incapazes de comunicar-se livremente até mesmo com seus pais e familiares, restritos a alguns sinais e gestos rudimentares, isolados, exceto nas grandes cidades, até mesmo da comunidade de pessoas com o mesmo problema, privados de alfabetização e instrução, de todo o conhecimento do mundo, forçados a fazer os trabalhos mais desprezíveis, vivendo sozinhos, muitas vezes à beira da miséria, considerados pela lei e pela sociedade como pouco mais do que imbecis – a sorte dos surdos era evidentemente medonha.
No século XVI, a noção de que a compreensão das ideias dependia de ouvir palavras era revolucionária.
Uma mente grandiosa – a do abade De l’Epée – teve de encontrar um uso humilde – a língua de sinais nativa dos surdos pobres que vagavam por Paris para possibilitar uma transformação significativa.
E então, associando sinais a