resenha do livro sofrendo a gramática
É preocupante a atitude das pessoas para com a gramática, qual será o motivo que leva essa disciplina a ser tão rejeitada?
Parece fácil aceitar que alguém seja matemático ou geógrafo; mas um gramático é uma pessoa que todos consideram excêntrico ou coisa pior. Existe algum fator de repugnância associado a essa disciplina e vale a pena especular a respeito.
Vamos começar isolando alguns sintomas. Primeiro, alguns professores, aluno e pais de alunos discutem a importância do ensino da gramática, e, muitos são os argumentos: “a gramática não serve pra nada”, “sem gramática não é possível aprender português”, porém não deve ser nenhum desses extremos.
Outro sintoma é o seguinte: ao chegar aí pelo segundo ano do segundo grau, os jovens já estão fazendo planos para sua vida futura. Quantos sonham em se tornar gramáticos? Não encontrei nenhum sequer. Por ser difícil demais? Não pode ser; a gramática não tem por que ser mais difícil do que outros estudos científicos.
O terceiro sintoma é preocupante. Em outras disciplinas como a matemática o professor pode exigir que o aluno domine o conteúdo até um certo patamar conforme o ano que ele cursa. Mas com a gramática é diferente, o aluno está sempre estudando basicamente a mesma coisa e não aprende, o professor, por sua vez, não pode exigir que ele saiba.
Esses são sintomas de uma doença bastante grave que aflige a disciplina, ai vão algumas sugestões para tentar diminuir o sofrimento dos alunos e professores e possibilitar o estudo da gramática sem esse sentimento de frustração, inutilidade e finalmente ódio que tantos experimentam.
Vamos começar pelo diagnóstico apontando o que há de errado.
Em primeiro lugar: os objetivos da disciplina estão mal colocados. Muitos professores dizem que o estudo da gramática é um dos instrumentos que levarão o aluno a ler e escrever melhor, porém não existe nenhuma evidência a favor disso. Se é preciso saber gramática para escrever bem,