Resenha do livro: "Os exploradores de Cavernas"

A obra de Leon L. Fuller, O caso dos exploradores de caverna, traz a comunidade jurídica e aos estudantes de Direito uma visão filosófica e sociológica do que realmente seria o Direito, seja ele natural, seja positivo. Acerca dos problemas narrados no livro, o autor tem a preocupação de demonstrar o quanto pode ser árdua a tarefa de aplicar o Direito em situações onde não se tem a plena certeza do seu efetivo alcance. Os diversos julgamentos e justificativas de absolvição ou condenação relatados na obra dá a ligeira impressão que a introdução ao estudo do Direito é ainda mais complexa quando o seu próprio conceito não é de fato contemplado na íntegra. O livro narra o caso de cinco espeleólogos, então membros da Associação de Espeluncologia. Eles partem para uma expedição em busca da exploração de cavernas e é nesta investida que o imprevisível acontece. Ao adentrarem a caverna, percebem que há um deslizamento de terra e, então, vários pedregulhos vedam a única entrada da caverna, deixando-os presos por um período suficiente a demandar a estes exploradores tomar as mais difíceis e perigosas decisões de suas vidas. Após dias sem água e alimento, o desespero chega a seu ápice quando Roger Whetmore sugere que um deles seja sacrificado em prol dos demais. Apesar da apreensão, o grupo concorda em matar um colega e comê-lo para que não sucumbam diante dessa adversidade. Tiraram a sorte e assim foi feito. Roger Whetmore foi morto por quatro colegas. Os sobreviventes conseguem sair da reclusão graças aos esforços da equipe de resgate, mas logo foram indiciados por assassinato. O fato é que, de forma bastante intrigante, a obra de Fuller apresenta um polêmico acontecimento cuja sentença encontra-se muito distante de ser consenso no meio jurídico, já que, muito além de tratar do cumprimento ou não de determinada lei, o caso relatado traz para o centro das discussões um debate de fundo moral. Durante a leitura do livro, percebe-se inúmeros pontos de grande destaque