Resenha do livro Contra a Perfeição

O livro contra a perfeição aborda o melhoramento genético, até quando esse melhoramento beneficiará a sociedade?

Capítulo I - Ética do melhoramento
“Ainda que nenhum prejuízo esteja envolvido, não existe algo inquietante no fato de encomendar uma criança com traços genéticos específicos?” –página 17, linha 13.

O autor expõe duas histórias que tem características diferentes, mas finalidades bem parecidas. Ele cita um casal de lésbicas surdas que desejam ter um filho surdo, elas procuram um doador que tenha um histórico familiar de cinco gerações de surdez. O casal consegue, seu filho Gauvin nasceu surdo. Elas alegam que ser surdo é um modo de vida e que não estão fazendo nada diferente do que muitos casais fazem quando tem filhos e se surpreendem quando sua história vira alvo de inúmeras críticas ao ser publicado.

O autor também cita outra história que aconteceu um pouco depois da polemica do casal de lésbicas. Um casal infértil que procurava uma doadora com 1,80 metro de altura, atlética, que não tivesse maiores problemas médicos no histórico familiar e tivesse tirado 1400 pontos nas provas SAT (prova de exame nacional, como ENEM). Em troca do óvulo o casal oferecia U$$ 50 mil. O fato é que a oferta não estimulou o protesto público como o caso das mães que desejaram o filho surdo.

Em ambos os casos os pais invadem a naturalidade do processo para atender caprichos próprios, desejam que seus filhos sejam o que eles têm como o melhor. Eles acabam violando o direito a escolha própria de um projeto de vida. No primeiro caso as mães lésbicas têm a surdez como um modo de vida, mas elas já nasceram com a deficiência e fizeram disso o seu modo de vida, pois não tiveram escolha. Gauvin nasceu com a deficiência porque suas mães interviram no processo natural e o obrigaram a conviver com uma deficiência. Limitando assim muitas escolhas de Gauvin.

No segundo caso, apesar de não ser tão invasivo, os pais procuram uma doadora que tenha características