Resenha do filme o elo perdido
Olhem só.
Ídolos, por serem ídolos, não podem pensar que estão previamente absolvidos de tudo o que fazem.
Até porque são ídolos, deveriam observar um pouco mais a moderação.
Até porque são ídolos, deveriam se lembrar de que não são inimputáveis.
Até porque são ídolos, deveriam se lembrar de que não estão acima do bem e do mel.
Rita Lee, no último sábado, participou de evento histórico.
Era o último show de sua carreira.
Por isso, inscreveu-se na história da MPB como um evento histórico.
Mas também deprimente.
Lá pelas tantas, ela começou a acusar os policiais de agredirem membros de seu fá-clube.
“Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho”, disse-lhes.
Depois, não satisfeita, chamou os PMs de “cavalo”, “cachorro”e “filho da p…”.
Foi levada a uma delegacia de polícia, depois do show, e enquadrada nos crimes de “desacato e apologia ao crime ou ao criminoso (art. 287 do Código Penal)”.
Bem-feito!
Olhem o que disse o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que estava no show: “A polícia não tinha feito nenhum tipo de ação que justificasse [a atitude da cantora]“.
Então é assim: Rita Lee pensa que pode fazer e dizer qualquer coisa apenas porque é Rita Lee?
Ela tem o respeito e admiração de muitos de nós.
Mas entre isso e agir como agiu vai uma grande distância.
A polícia estava sendo truculenta? Então há meios de para responsabilizar a polícia por isso.
E a polícia não pode ser afastada de evento público. Estava ali para garantir a segurança do público, inclusive de Rita Lee.
Se, por algum motivo, houvesse um tumulto qualquer durante o show e Rita Lee ficasse sob ameaça de ser agredida, ela seria protegida por quem?
Pelos integrantes de sua banda?
Pelos seus seguranças?
Seria protegido pela polícia, of course.
Rita Lee, podem crer, não pode fazer e dizer o que bem entende apenas porque é Rita Lee.
Aliás, até pode, mas arrostando as consequências de fazê-lo. Por que