Resenha do filme Juizo - Jovens infratores no Brasil
Esses menores são presas fáceis para aliciadores, são explorados por sua inimputabilidade perante a justiça.
Adolescentes sem perspectiva de futuro, que romperam os laços familiares cedo, que muitas vezes preferem ir para uma instituição do que ficar em casa.
Não possuem uma figura paterna que possam diferenciar amor de autoridade, e vivem de ação e reação, pois observam o dia todo a agressividade. Pais sem condições financeiras, que exploram seus filhos, e muitas vezes o tratam como desconhecidos, sem troca, sem afeto e carinho.
O que a sociedade espera desses adolescentes?
Cresceram em meio a tristeza, discriminação, e só vão desenvolvendo sentimentos como raiva, incapacidade, que somatizando a um estado psicológico só podem desejar vingar – se de sua própria condição de vida.
A juíza faz um maravilhoso trabalho no filme, papel admirável, pois além de exercer sua profissão, questiona os adolescentes de suas atitudes, buscando conscientiza – los da responsabilidade e conseqüência dos seus atos.
Acredito que o sistema carcerário precisa ser reestruturado, não é apenas largar os jovens na “prisão” carcerária (casas de abrigo), fadados ao sofrimento e ira, precisam de condições básicas de saúde, acompanhamento psicológico intensivo e uma alteração em sua rotina, freqüentando a escola, aulas de música, arte e apoio para um trabalho remunerado, mesmo que seja como aprendiz, pois não é possível sair do crime se possuem condições de se sustentar. Crianças largadas nas ruas precisam de cuidados