resenha do filme batismo de sangue
Posted on 20 setembro, 2013 by Vinicius Cabral g gUm dos filmes nacionais mais fortes, tanto pela temática quanto pelo trabalho dos atores, excelentes em seus papéis, é o Batismo de Sangue (2007), inspirado no livro homônimo escrito por Frei Betto, e que conta a história dos frades dominicanos Tito, Oswaldo, Fernando e Ivo, além do próprio Betto, que no fim da década de 1960 resolveram auxiliar a Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada pelo guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais líderes da resistência armada contra os militares que tomaram o poder no Brasil a partir de 1964 com o Golpe Militar.
Dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton, o filme chama a atenção porque mostra a face mais cruel da Ditadura brasileira: a tortura institucionalizada pelos aparelhos repressivos, que vitimou milhares de pessoas e deixou marcas até em quem jamais sofreu qualquer tortura, tamanho o medo que despertou até naqueles que só ouviam falar dos acontecimentos.
O trailer você pode assistir neste link.
A morte de Marighella:
Ele era uma das pessoas mais procuradas pelos “milicos” na época da Ditadura Militar. Carlos Marighella foi preso e torturado por duas vezes durante o primeiro governo Vargas e chegou a viajar para a China entre 1953 e 54, para ver de perto a recém-realizada Revolução Chinesa.
Após ser baleado e preso por agentes do DOPS em 1964 – e solto em 1965 por decisão judicial – resolveu fundar e liderar a ALN, organização que, juntamente com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), organizou o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick em setembro de 1969.
Marighella foi caçado pelo então delegado Sérgio Paranhos Fleury, também conhecido como “papa”, e que no filme é interpretado pelo ator Cássio Gabus Mendes – assustador no papel, diga-se de passagem. E o que o delegado Fleury fez para colher as informações necessárias para encontrar Marighella? Forçou o elo mais fraco da corrente, prendendo e torturando os