Resenha do filme Babel
O filme “Babel” apresenta quatro histórias que aparentemente não possuem ligação, mas que no desenrolar da trama acabam por se mostrar conectadas. Vividas em diferentes partes do mundo o primeiro conceito que pode ser abordado e refletido é o da globalização. A maior mobilidade presente no mundo globalizado permite a ligação o deslocamento dos personagens, que estão nos Estado Unidos, México, Marrocos e Japão. O fluxo de informações também é fortemente explorado no filme, desde a simples ligação telefônica do patrão para a babá até os relatos do possível atentado terrorista que aconteceu no Marrocos veiculado na televisão japonesa. Além é claro das inúmeras ligações entre as pessoas que vão sendo reveladas e que aproximam indivíduos que aparentemente não possuem nada em comum.
Após essa primeira apresentação simples da questão mais evidente do filme, pode-se adentrar numa análise de cunho marxista. Nessa abordagem percebe-se que o ligante do filme é nada mais do que o símbolo do capitalismo que seria uma mercadoria, no caso o rifle que também reflete o poder. É ele que conecta os marroquinos aos americanos e japoneses. Sendo interessante ressaltar que apesar de ser uma mercadoria, um objetivo, ele não é vendido, é dado como presente. Porém ele ainda é trocado, usado para proteger a produção dos marroquinos e acaba por acertar uma americana, o que movimenta toda a imprensa mundial até finalizar com o trabalho da polícia internacional e local. Assim, pode-se ver como um simples gesto aparentemente sem intenção monetária acaba por movimentar uma rede de serviços e mercadorias. Outra questão importante nessa abordagem da análise é perceber como são retratadas diferenças sociais encontradas nos países com um sistema capitalista altamente desenvolvido e os que não possuem. A pobreza e a precariedade das estruturas são abordadas em Marrocos, a segurança pública deficiente no México, a capacidade de influenciar a