Resenha Desatino da Rapaziada
Resenha O Desatino da Rapaziada - Humberto Werneck
27/09/2012
A palavra desatino pode significar várias coisas como, falta de tino; contrassenso, disparate e devaneio, características as quais, foram atribuídas há muitos jornalistas no decorrer do livro. De forma não cronológica, a obra O Desatino da Rapaziada, relata a história de escritores que se identificaram pelo jornalismo, e por esse caminho alguns resolveram seguir. Enveredando para rumos diferentes de seus predecessores, quebraram os moldes tradicionais, e por esses, os mais engessados literariamente, foram taxados de 'anarquistas'.
Humberto Werneck, cita muitos escritores e suas vidas entorno de redações de jornais e revistas, citando com mais atenção Carlos Drummond de Andrade. Começa a narrativa a partir do ano de 1921, em que Carlos Drummond tinha 18 anos, e começara a sua carreira em um pequeno jornal, O Jornal de Minas. Neste, falava-se na integra aquilo que antes não era dito: a verdade nua e crua, de maneira totalmente original, que simbolizava a modernização no jornalismo impresso. Mas esses avanços não agradaram a todos, gerando críticas severas, como "prosa ruim em forma de verso" e "uma porcaria cada dia maior". Críticas ásperas foram direcionadas também, a Juscelino Kubitschek, que era um grande incentivador da modernização literária. Com essa pressão abrupta em cima dos jornais mineiros, era difícil vê-los resistir a um período maior que um ano. Alguns eram considerados natimortos, restando apenas os mais tradicionais, como o Estado de Minas, que perdura até hoje. A apelação para reportagem cheias de sensacionalismos e mistérios, fora em vão, pois nem assim conseguiam aumentar a tiragem e garantir o sustento do jornal.
O autor ilustra com fotos, reuniões entre Fernando Sabino, Murilo Rubião, Oswald de Andrade e outros, nas redações de jornais e em pontos marcantes da capital, como o Parque Municipal e o Viaduto Santa Tereza. Após o período em