Lutero
Era meia noite, quase dez horas quando um surdo ouviu um mudo dizer que o cego viu um aleijado correndo atrás de um carro parado.
Você se lembra do nosso primeiro “eu te amo”? Se lembra de quantas vezes prometemos um ao outro que seria eterno? Você se lembra da nossa primeira briga? Dos nossos erros? Você se lembra do quanto dói a ausência? Se lembra do tamanho da dor?Você se lembra de nossa primeira conversa? Se lembra de como me contava de todos os seus problemas? Lembra de como reclamava pra mim sobre “outras”? Pois eu me lembro de tudo…eu me lembro até de como sua respiração mudava sempre que você sorria, ou melhor… muda. Vou te confessar que meu coração dispara quando falam no seu nome; é, e eu odeio confessar isso.Confesso também que acordo quase todas as noites, durante a madrugada, só para ouvir sua voz, mas é porque tenho medo de você não aparecer nos meus sonhos. Confesso que entro no msn e espero você falar comigo; me sinto mais segura assim. Odeio suas poucas palavras ou o seu silêncio. E, por mais que não pareça, eu amo quando você discute comigo por algo. Quando me pede atenção, quando sente ciúmes, quando nega estar bem só para me ouvir consolar você. Eu amo quando você diz que “será eterno”,quando você planeja seu futuro ao meu lado. Eu amo o frio na barriga, a segurança. Eu amo o som da sua voz, amo imaginar o gosto do seu beijo. Eu amo sentir seu perfume em mim, sem mesmo te tocar. E se eu fosse te confessar tudo o que eu escondo, seria claro que você teria motivos de sobra para sorrir de mim todas as vezes que me olhasse. Você teria motivos o suficiente para continuar me