RESENHA DESATINO DA RAPAZIADA
Programa de Graduação em Jornalismo
Laura Araújo Michell
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “DESATINO DA RAPAZIADA”
Belo Horizonte
2014
O livro “Desatino da Rapaziada”, de Humberto Werneck, conta, basicamente, a história de escritores mineiros como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e Otto Lara Resende, que chegaram a trabalhar em jornais do estado, e a relação entre eles e com a mídia.
A história começa em 1921 e traça uma linha do tempo com esses escritores mineiros, mostrando e analisando suas estadias nas redações, seus comportamentos diante da política vigente, as relações entre eles, a ordem interna que regia os jornais e suas decisões de deixar Minas Gerais a procura de uma melhor condição de vida.
Belo Horizonte ainda se via dentro dos limites da Avenida do Contorno, e a região do Centro era a chave mestra do entretenimento, permitindo com que a informação corresse rápido e as pessoas se conhecessem melhor nos botecos de esquina. As conversas sobre literatura e política eram os assuntos principais entre aqueles que saiam das redações próximas ao centro e se encontravam nas mesas de bar.
Um dos principais pontos da cidade que era muito frequentado nas madrugadas por esses grandes escritores, era o viaduto Santa Teresa, recém-inaugurado nos anos 20. Hábito é a palavra certa quando se trata das escaladas noturnas aos arcos do viaduto por Drummond e outros.
O livro em si, mostra as grandes mudanças pelo qual o jornalismo mineiro passou, e toda a sua trajetória até o fim do livro na década de 70. A época retratada no livro era repleta de inovações e ideias na cabeça de escritores e jornalistas jovens e cheios de vida, o que fez com que milhares de novas revistas e jornais fossem criados, porém, muitas vezes, por falta de capital, não chegavam a um ano de sucesso. O nascimento e constante queda prematura de centenas de jornais é sempre relembrado ao longo das paginas da obra.
Humberto Werneck