Resenha de espaço, identidade e a política da diferença
CAPÍTULO 2 – MAIS ALÉM DA “CULTURA”: ESPAÇO, IDENTIDADE E POLÍTICA DA DIFERENÇA
O texto “Mais além da “cultura”: espaço, identidade e política da diferença é iniciado com a afirmação, feita por Gupta e Ferguson, de que na teoria antropológica tem havido pouca consciência da questão do espaço. Os autores irão sugerir o questionamento dos pressupostos espaciais implícitos nos conceitos fundamentais das Ciênciais Sociais, como o de cultura, sociedade, comunidade e nação, como forma de apontar direções futuras.
Os autores afirmam a importância de estudar as relações entre espaço, identidade, política e cultura ao lembrarem que, principalmente no contexto pulverizado da pós-modernidade, o espaço não é gratuito. Essa não-gratuidade nos leva a refletir sobre as políticas de comunidade, solidariedade, identidade e diferença cultural.
O início do texto nos lembra que as representações do espaço nas ciências sociais costumam depender de imagens de ruptura, rompimento e disjunção. A ideia de distinção entre sociedades costuma ser acompanhada de uma divisão do espaço com uma descontinuação “natural”. Considera-se tão certo que cada país encarne uma “cultura” sua que costuma-se utilizar o nome de um estado-nação para referir-se a uma cultura, como se ali esta fosse encerrada: “cultura indiana” na Índia; “cultura americana” nos Estados Unidos.
Entretanto, os autores contrariam esta visão e afirmam que é necessário enxergar que locais físicos não encerram culturas nem suas manifestações, e que há a possibilidade de que sujeitos ricos de países diferentes estejam muito mais próximos do que pessoas de classes sociais distintas que habitam uma mesma cidade, por exemplo. Fatores como classe social, gênero, raça, sexualidade, são exemplos mostrados como grades sobre as quais a diferença cultural precisa ser pensada para o entendimento da noção de conexão e contiguidade – e