RESENHA DE BIOLOGIA
Transmitida pelo mosquito 'Aedes aegypti', que também atua como vetor da dengue, a nova doença se espalha pelas Américas e já teve casos de transmissão registrados no Brasil.
Por: Claudia Nunes Duarte dos Santos
Publicado em 09/06/2015 | Ciência hoje.
O chikungunya, um arbovírus de origem africana, é uma dessas novas ameaças à saúde humana. O primeiro surto documentado causado por esse vírus ocorreu em 1952 e 1953, na Tanzânia. Periodicamente, pequenos surtos são registrados na África, na Índia e no Sudeste Asiático, mas, a partir de 2004 e 2005, grandes epidemias ocorreram no Quênia (também na África), em diversas ilhas do oceano Índico e na Índia. Os últimos 10 anos mostraram uma dispersão global do vírus: nesse período, mais de 6,5 milhões de casos foram notificados. De doença tropical negligenciada, a febre chikungunya tornou-se um risco global à saúde.
Desde a chegada do vírus às Américas, a Organização Panamericana da Saúde contabiliza 1,3 milhão de casos suspeitos, com 29,7 mil casos confirmados e 184 mortes
No final de 2013 foram detectados os primeiros casos, nas Américas, de infecção autóctone – quando a transmissão ocorre por meio de mosquitos nativos. A partir do final de 2014, a febre chikungunya se dispersou para a maior parte das ilhas do Caribe e para países da América Central, do Norte e do Sul, incluindo o Brasil. Desde a chegada do vírus às Américas, a Organização Panamericana da Saúde contabiliza 1,3 milhão de casos suspeitos, com 29,7 mil casos confirmados e 184 mortes.
No Brasil, Amapá, Bahia, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais e Roraima já notificaram casos autóctones. O alto índice de infestação pelos principais mosquitos transmissores (Aedes aegypti e Aedes albopictus), a falta de imunidade da população brasileira e o alto número de vírus no sangue na fase aguda da doença em humanos não permitem descartar a probabilidade de grandes epidemias no país.