Resenha da obra "Semântica e Discurso" de Michel Pêcheux
Resenhado por Ayla Lizandra Campos de VASCONCELLOS (Aluna especial do Mestrado em Estudos de Linguagens da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) Michel Pêcheux nasceu em Tours em 1938 e morreu em Paris em 1983. Ele é fundador da Escola Francesa de Análise do Discurso que teoriza como a linguagem é materializada na ideologia e como esta se manifesta na linguagem. Realizou seus estudos na Escola Normal Superior de Paris, obtendo seu certificado para ensinar Filosofia em 1963. Em 1966, ele passou a fazer parte do Departamento de Psicologia no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) onde vem a encontrar outros dois intelectuais que serão interlocutores fundamentais para a formulação da Análise do Discurso: Michel Plon e Paul Henry. Partindo de referências teóricas de G. Canguilhem e L. Althusser, Pêcheux reflete sobre a história da epistemologia e a filosofia do conhecimento empírico, visando transformar a prática das ciências humanas e sociais.
É autor de obras importantes para o estudo da Análise do Discurso, como O discurso: estrutura ou acontecimento (1983) e Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio (1988), entre outras obras, sendo esta última objeto da resenha que ora se inicia. Em seu livro Semântica e Discurso, Pêcheux apresenta na introdução um relato histórico dos movimentos sociais e tecnológicos da época, citando como exemplo o XX Congresso do PCUS e a era “informática e espacial”, diz que a partir desses acontecimentos, as pesquisas semânticas à luz do marxismo, se multiplicaram. Prossegue no relato trazendo à tona o modo como Adam Schaff utiliza da evidência que faz da Semântica, enquanto parte da Linguística, apresentando evidências na obra desse autor como dois prolongamentos relacionados à inclusão da Semântica na Linguística, sendo eles, a “Lógica” e a