Resenha: cultura - um conceito antropológico
São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos. Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura se for colocada desde inicio em situação de aprendizado.
A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente através do dimorfismo sexual, mas é falso que as diferenças de comportamento existentes entre pessoas de sexos diferentes sejam determinadas biologicamente.
O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo chamado de endoculturação. Como exemplo, um menino e uma menina que agem diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO
Considera-se que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. A partir de 1920, antropólogos refutaram esse tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais, sendo possível e comum, existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.
Portanto, as diferenças existentes entre os homens, não podem ser explicadas em termos das limitações que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio ambiente. A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações, tudo isto porque difere dos outros animais por ser único que possui cultura.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO CONCEITO DE CULTURA
No final do século XVIII e no início do século XIX, o termo germânico Kultur era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade e a palavra francesa Civilization referia-se às relações materiais de um povo. Termos sintetizados por Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, que “tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo